Estudo de caso: O CuidaPet é um sistema criado para organizar, centralizar e otimizar a rotina de ONGs dedicadas ao acolhimento de animais. Desenvolvido do zero, o projeto teve como objetivo construir uma plataforma intuitiva e acessível, que simplificasse o trabalho de voluntários e gestores, colocando o cuidado com os animais no centro da experiência.
Objetivo principal: Facilitar o uso e o gerenciamento das informações, reduzindo tarefas manuais e permitindo que as equipes dediquem mais tempo ao que realmente importa: o bem-estar dos animais.
Desafio: As ONGs enfrentavam dificuldades para manter o controle de cadastros, vacinas, doações e voluntários, devido à ausência de um sistema centralizado e amigável. O CuidaPet surge como resposta a essa necessidade, oferecendo uma solução clara, funcional e adaptada à rotina dessas instituições.
Meu papel: UX/UI designer.
Plataforma: Aplicativo Mobile e Desktop.
Período: Agosto - Outubro 2025 (2 meses).
Ferramentas: Figma, Google Forms, Maze, Adobe Illustrator e Adobe After Effects.
Para compreender as necessidades reais das ONGs parceiras, foi aplicado um formulário de diagnóstico com voluntárias e gestoras. O objetivo foi identificar os principais desafios na rotina de cuidado e gestão, além de entender o nível atual de digitalização dessas organizações.
As respostas revelaram que o uso de tecnologia ainda é bastante limitado. As ONGs dependem exclusivamente de redes sociais (100%) e grupos de WhatsApp (100%) para comunicação e divulgação. Metade utiliza planilhas e sites institucionais (50%), mas nenhuma possui um sistema interno de gestão, o que evidencia uma lacuna significativa na organização e centralização das informações.
O gráfico abaixo ilustra esse panorama tecnológico, evidenciando como ainda há uma forte dependência de ferramentas básicas de comunicação e ausência total de sistemas internos de gestão.
Atualmente, o processo de adoção e apadrinhamento ocorre por meio de formulários em links na bio, redes sociais e eventos presenciais. As informações sobre os animais ficam dispersas entre planilhas, apresentações e mensagens, tornando o fluxo lento, manual e difícil de monitorar, tanto para as ONGs quanto para os interessados.
Quando perguntadas sobre o que esperam de uma solução tecnológica, as ONGs destacaram:
Com base nas respostas das ONGs, foi possível identificar que o processo atual de adoção é manual, fragmentado e pouco rastreável. As informações dos animais e adotantes ficam espalhadas entre planilhas, mensagens e redes sociais, o que dificulta o acompanhamento das etapas e o controle dos dados.
Além disso, a ausência de um sistema interno faz com que as ONGs dependam de múltiplos canais, o que aumenta o retrabalho e reduz a eficiência da gestão. Esses desafios evidenciam a necessidade de uma solução centralizada, colaborativa e intuitiva, que organize o fluxo de adoção e facilite o trabalho dos voluntários e gestores.
Nesta etapa, o objetivo foi traduzir as necessidades identificadas na pesquisa em fluxos funcionais e testáveis, garantindo que a navegação e a hierarquia das informações fossem claras antes da aplicação do design visual. Foram desenvolvidos wireframes de média fidelidade para representar as principais telas do sistema.
Após a criação dos wireframes de média fidelidade, realizamos uma sessão de validação por chamada com voluntárias e gestoras das ONGs parceiras. O objetivo foi confirmar se os fluxos e rótulos estavam alinhados às rotinas reais das usuárias, antes de seguir para o design visual.
As participantes compreenderam claramente o objetivo da plataforma. Entre os principais elogios, destacaram que o projeto está “bem apresentado e de fácil manejo” e possui “ótima usabilidade”. Como sugestão pontual, indicaram a atualização do campo de RG para CIN, acompanhando o novo documento unificado.
Com base nos fluxos validados, iniciamos a etapa de Design Visual, aplicando a identidade do CuidaPet de forma a transmitir confiança, empatia e facilidade de uso.
Após o desenvolvimento das telas finais, realizamos testes de usabilidade por meio da plataforma Maze, com o objetivo de avaliar a clareza dos fluxos e identificar possíveis pontos de fricção na experiência.
Os testes foram realizados em formato screen-based, com 4 participantes que atuam em ONGs e têm familiaridade com processos de adoção e cuidado animal. Cada participante executou seis tarefas dentro do protótipo navegável, enquanto o Maze coletava dados automáticos de duração, taxa de sucesso, taxa de misclicks e desistência.
Conclusão: Conforme nos resultados abaixo, o próximo passo será aplicar os ajustes observados nas tarefas com maior índice de misclicks e seguir para testes complementares de acessibilidade e performance.
Os testes foram realizados em formato screen-based, com 4 participantes que atuam em ONGs. As tarefas envolviam consultas, cadastros e edições dentro do protótipo desktop, cobrindo os principais fluxos do sistema administrativo.
Conclusão: Os testes mostraram que a navegação ficou leve e fácil de entender. As métricas indicam ótimo desempenho em consultas e pequenos ajustes necessários nos fluxos de edição e cadastro. O próximo passo é aplicar os insights nas tarefas com menor sucesso e realizar nova validação. O resultado confirma que o CuidaPet é um sistema empático, acessível e adaptável em mobile e desktop.
Após finalizar os layouts de alta fidelidade, realizamos o handoff no Figma, organizando as telas com redlines, cores, tipografia, espaçamentos e anotações sobre comportamento e interações.
O CuidaPet foi uma experiência transformadora para mim. Vivi na prática todas as etapas do processo de UX/UI, desde as pesquisas até os testes de usabilidade no Maze. Aprendi muito sobre empatia, colaboração e como o design pode gerar impacto real. Trabalhar nesse projeto solidificou meus conhecimentos e fortaleceu minha trajetória como designer.
Próximos passos
• Implementar as melhorias identificadas nos testes desktop e mobile, incluindo ajustes na visibilidade de botões, hierarquia interativa e pontos de maior ocorrência de misclicks;
• Realizar uma nova rodada de validação após os ajustes;
• Expandir o sistema com novos módulos, como controle de doações e relatórios financeiros das ONGs.